sábado, 16 de abril de 2011

Nem tudo é do jeito que a gente gostaria...

Eu sempre achei um absurdo mães que não amamentam, nunca entendi a razão... Há aquelas que realmente não querem, mas acredito que a maioria das mulheres deixam de amamentar por questões físicas mesmo, que vão desde a falta de leite até casos como o meu... Durante 2 meses eu amamentei minha filha sentindo muita dor, mas muita mesmo! Primeiro houveram as fissuras causadas pela sucção, até aí tudo normal, todas passam por isso, depois adquiri um fungo, que muitas mães têm também, devido a abertura causada pelas fissuras... a união das duas coisas tornou a amamentação um processo muito dolorido, ao invés de prazeiroso como deveria ser. Mesmo assim continuei amamentando, tamanha a minha vontade de sentir esse prazer e mesmo com uma das maiores dores que já senti ( e olha que além do parto eu tenho diversas tatuagens, portanto tenho certa tolerância a dor), poder ver o rostinho dela no meu seio, o olhar fixo nos meus olhos e saber que eu sozinha podia alimentar minha filha e dar tudo o que ela precisa, fez a dor ficar em segundo plano e o sentimento de amor pleno ressaltar. Medicada pelo meu pediatra, fiz um intervalo de 10 dias sem amamentar, tomando medicamentos fortes para tratar do meu problema e descansar o seio, tirando leite com uma máquina e dando na mamadeira. Meu seio cicatrizou, o problema do fungo passou e junto com isso percebi o quanto suportar a dor estava me deixando abalada... eu estava vivendo a base de anti inflamatórios e é claro que minha filha estava sentindo tudo, acredito até que o meu leite devia estar com outro gosto... gosto de amor, com dor.
No começo dessa semana eu estava muito esperançosa, acreditei que o problema era mesmo o fungo e como ele tinha sarado tudo seria diferente, dei o meu peito á ela com muita emoção e lágrimas nos olhos, ela mamou por 30 min, o suficiente para machucar novamente, com direito a bolha e tudo... Com isso cheguei a conclusão que talvez eu não consiga amamentar mesmo... a dor é muito grande, o processo de cicatrização demora e não sei até que ponto isso é saudável, pois já estou assim há algum tempo.
Por outro lado sei que ela está bem, estou usando uma mamadeira parecida com o peito (breastflow) e ela tem se desenvolvido direitinho. Estou passando por um duro processo, que talvez seja mais difícil para mim do que para ela, pois ainda não houve uma noite em que eu não tenha chorado baixinho enquanto dou a mamadeira e ela mama tranquila e depois dorme mais tranquila ainda.
E assim eu sigo meu aprendizado diário da maternidade, com lições lindas e outras muito duras, mas não menos importantes. Com questões que tocam em lugares nunca tocados antes, com decisões difíceis, mas também com a certeza de que é tudo por um bem maior e que cada simples coisa que acontece vai significar muito lá na frente e lembrando de valorizar tudo, sempre!

Um comentário:

  1. Olá Roberta!!

    Bem... você não me conhece, mas eu sei um pouquinho de você e da Alice e da história de vocês. Como? Através de seus avós aqui desse "Beraba bão"!! Sou vizinha deles e também tenho um bebê, já é grandinho, fará 1 ano e 8 meses no final de abril.
    Eu também não entendo as mães que não querem amamentar seus filhos e sei a dor que é dar um seio ferido e inflamado a uma boquinha faminta.
    Também tive grandes problemas e me senti frustrada com a possibilidade de não poder amamentar quando os meus seios deram as tais fissuras, que evoluiram e eu fiquei sem parte dos mamilos (que já eram bem pequenos), sangravam muito quando o meu filho mamava e eu chorava tanto quanto a dor que sentia, e pra piorar ainda vieram os oportunistas, sim.. aqueles mesmos, os malditos fungos que me causaram uma inflamação, a mastite.
    Isso foi no 8º dia de mãe e então procurei ajuda especializada no Banco de Leite. Fui orientada a ficar na ordenha manual (que também aprendi a tecnica lá) por 3 dias tomando antibióticos e outros remédios, não era tão doloroso quanto amamentar, mas doia bastante por ser o dia inteiro ordenhando pra dar conta da demanda da boquinha nervosa e ainda doiam os braços e mãos pelos movimentos repetitivos que fazia afff...
    Aprendi também a forma correta de colocar o seio na boca do bebê e então voltei a amamentar com menos dor, e como eu aprendi a "pega" correta parou de machucar e com os banhos de luz e sol que tomava várias vezes por dia nos seios eles cicatrizaram e eu pude amamentar o meu filhote até 1 ano e 3 meses (ele que não quis mais, pq eu queria amamentá-lo até os 2 anos), ahh e ainda fui doadora do banco por 1 ano, mas confesso que foi muito difícil e nos momentos de muita dor pensei em desistir, a minha satisfação em vê-lo mamando foi o que me deu forças para seguir em frente.
    Desejo que você passe o melhor possivel por essa experiência, não importa se vai alimentar a sua pequena Alice no peito ou na mamadeira, o que importa é que o seu amor de mãe não tem outro parâmetro de comparação senão o infinito !!
    beijos pra vocês e pra bisa também (diga à ela que estamos com muita saudade)

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