terça-feira, 26 de abril de 2011

No more pain

Amamentar é diferente de ser mãe

Depois de tanta luta, a mamadeira venceu, minha filha não quer mais meu peito. Mas ontem na consulta, o pediatra da Alice me fez enxergar as coisas de outro ângulo... o fato de ela não estar mais querendo meu peito não é pela quantidade de leite, que é bem pouca depois de tanto tempo sem sucção, ela não está negando meu esforço como eu estava pensando, muito pelo contrário, é mais uma questão de astral mesmo. Amamentar não estava sendo uma tarefa fácil, depois de muita dor, muitos machucados, foi como se ela me dissesse "mãe, tá tudo bem, eu já mamei 3 meses do seu leite, foi um esforço mútuo, eu agradeço, mas agora a mamadeira me basta". Hoje eu consigo me ver sorrindo no reflexo dos olhos dela, antes eu sorria só por fora, como se ela não soubesse o que se passa aqui dentro... A mamadeira não é o ideal, mas no meu caso foi a forma que encontramos de tornar o aleitamento um momento de prazer e troca entre nós duas. Ela já não olhava nos meus olhos quando mamava no peito, agora posso sentir seu amor através do olhar novamente e me sinto muito, mas muito feliz! E como disse meu pediatra, eu não sou menos mãe porque não dou meu peito, eu tentei, e tentei muito, mas infelizmente não foi possível. Continuo dando meu leite, mas na mamadeira e assim podemos manter nossa relação de amor, sem dor!

sábado, 16 de abril de 2011

Nem tudo é do jeito que a gente gostaria...

Eu sempre achei um absurdo mães que não amamentam, nunca entendi a razão... Há aquelas que realmente não querem, mas acredito que a maioria das mulheres deixam de amamentar por questões físicas mesmo, que vão desde a falta de leite até casos como o meu... Durante 2 meses eu amamentei minha filha sentindo muita dor, mas muita mesmo! Primeiro houveram as fissuras causadas pela sucção, até aí tudo normal, todas passam por isso, depois adquiri um fungo, que muitas mães têm também, devido a abertura causada pelas fissuras... a união das duas coisas tornou a amamentação um processo muito dolorido, ao invés de prazeiroso como deveria ser. Mesmo assim continuei amamentando, tamanha a minha vontade de sentir esse prazer e mesmo com uma das maiores dores que já senti ( e olha que além do parto eu tenho diversas tatuagens, portanto tenho certa tolerância a dor), poder ver o rostinho dela no meu seio, o olhar fixo nos meus olhos e saber que eu sozinha podia alimentar minha filha e dar tudo o que ela precisa, fez a dor ficar em segundo plano e o sentimento de amor pleno ressaltar. Medicada pelo meu pediatra, fiz um intervalo de 10 dias sem amamentar, tomando medicamentos fortes para tratar do meu problema e descansar o seio, tirando leite com uma máquina e dando na mamadeira. Meu seio cicatrizou, o problema do fungo passou e junto com isso percebi o quanto suportar a dor estava me deixando abalada... eu estava vivendo a base de anti inflamatórios e é claro que minha filha estava sentindo tudo, acredito até que o meu leite devia estar com outro gosto... gosto de amor, com dor.
No começo dessa semana eu estava muito esperançosa, acreditei que o problema era mesmo o fungo e como ele tinha sarado tudo seria diferente, dei o meu peito á ela com muita emoção e lágrimas nos olhos, ela mamou por 30 min, o suficiente para machucar novamente, com direito a bolha e tudo... Com isso cheguei a conclusão que talvez eu não consiga amamentar mesmo... a dor é muito grande, o processo de cicatrização demora e não sei até que ponto isso é saudável, pois já estou assim há algum tempo.
Por outro lado sei que ela está bem, estou usando uma mamadeira parecida com o peito (breastflow) e ela tem se desenvolvido direitinho. Estou passando por um duro processo, que talvez seja mais difícil para mim do que para ela, pois ainda não houve uma noite em que eu não tenha chorado baixinho enquanto dou a mamadeira e ela mama tranquila e depois dorme mais tranquila ainda.
E assim eu sigo meu aprendizado diário da maternidade, com lições lindas e outras muito duras, mas não menos importantes. Com questões que tocam em lugares nunca tocados antes, com decisões difíceis, mas também com a certeza de que é tudo por um bem maior e que cada simples coisa que acontece vai significar muito lá na frente e lembrando de valorizar tudo, sempre!